sexta-feira, 20 de abril de 2012

Assembleia reuni mais de 300 bispos em sua 50º edição


Uma vez por ano, desde 1962, todos os bispos do Brasil se reúnem para discutir assuntos pastorais de ordem espiritual e temporal, e ainda problemas emergentes para a vida das pessoas e da sociedade, na perspectiva da evangelização. Este ano, a 50ª edição da Assembleia Geral dos Bispos do Brasil será realizada entre os dias 17 e 26 de abril, em Aparecida (SP).
A realização da primeira assembleia aconteceu 10 anos após a fundação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que teve como primeiro presidente Dom Helder Câmara e foi aprovada pelo Papa Pio XII. A presidência da CNBB é eleita a cada quatro anos.
Segundo o Estatuto Canônico da Conferência, todos os membros da CNBB são convocados para a Assembleia Geral. Também podem ser convidados os bispos eméritos e bispos não-membros da CNBB, de qualquer rito, em comunhão com a Santa Sé e tendo domicílio canônico no país.
Para o Bispo de Lorena, Dom Benedito Beni, a assembleia é o lugar da comunhão entre os bispos
Cerca de 60 bispos participaram da primeira assembleia brasileira. Neste ano, mais de 300 devem participar da 50ª assembleia. Um retrato do crescimento da Conferência Episcopal Brasileira, considerada a maior do mundo, com o total de 456 bispos (297 em atividade e 159 eméritos).
Tendo em vista este grande episcopado distribuído num extenso território, para o Bispo de Lorena, Dom Benedito Beni dos Santos, a importância principal da assembleia é a convivência entre os bispos.
"É um grande episcopado. O Brasil é um país de tamanho continental. Se os bispos não se reunissem todos os anos, por 10 dias, não haveria nenhum conhecimento entre os bispos”, salienta.
Esta convivência, como conta Dom Beni, é marcada pela espiritualidade e fraternidade. Todos os dias há a celebração da Santa Missa, a liturgia das horas e um dia deste encontro é dedicado a um retiro. “Durante o retiro um bispo se confessa com o outro e assim é a celebração do Sacramento da Penitência", explica Dom Beni.
Contribuição para a Igreja e para a sociedade
A partir de retiros e reflexões, ao longo dessa história de 50 anos, as assembleias contribuíram para edificação da Igreja e da sociedade brasileira.
Entre os principais temas discutidos durante os últimos anos, Dom Beni destaca a aprovação das diretrizes para a formação do clero no Brasil, o ministério dos presbíteros e ainda a ética na política.
“Fazemos sempre um estudo de um tema pastoral relevante para a Igreja no Brasil e depois são tratados os principais temas para a Igreja, como a relação com o governo e assim por diante”, explica Dom Beni.
O Bispo de Lorena, um dos bispos brasileiros de maior idade em exercício, esclarece que a Assembleia Geral é a instância decisória suprema da CNBB. Ela é realizada a cada ano, mas entre uma assembleia e outra, há o Conselho Permanente que toma as decisões referentes às ações pastorais no Brasil.
“A assembleia é a comunhão entre os bispos e trata de assuntos pastorais. Este ano, o tema será sobre o ministério da Palavra, reflexão baseada na Exortação Pós-sinodal Verbum Domini, escrita pelo Papa Bento XVI”, conta o Bispo de Lorena.

terça-feira, 17 de abril de 2012


VIGÍLIA PASCAL NA NOITE SANTA

HOMILIA DO PAPA BENTO XVI


Basílica Vaticana
Sábado Santo, 7 de Abril de 2012
 
 
Queridos irmãos e irmãs!


A Páscoa é a festa da nova criação. Jesus ressuscitou e nunca mais morre. Arrombou a porta que dá para uma nova vida, que já não conhece doença nem morte. Assumiu o homem no próprio Deus. «A carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus»: dissera São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios (15, 50). E todavia Tertuliano, escritor eclesiástico do século III, a propósito da ressurreição de Cristo e da nossa ressurreição, não temera escrever: «Tende confiança, carne e sangue! Graças a Cristo, adquiristes um lugar no Céu e no Reino de Deus» (CCL II, 994). Abriu-se uma nova dimensão para o homem. A criação tornou-se maior e mais vasta. A Páscoa é o dia duma nova criação, mas por isso mesmo, neste dia, a Igreja começa a liturgia apresentando-nos a criação antiga, para aprendermos a compreender bem a nova. E assim, na Vigília Pascal, a Liturgia da Palavra começa pela narração da criação do mundo. A propósito desta e no contexto da liturgia deste dia, são particularmente importantes duas coisas. Em primeiro lugar, a criação é apresentada como uma totalidade da qual faz parte o fenômeno do tempo. Os sete dias são imagem duma totalidade que se desenvolve no tempo, aparecendo os dias ordenados até ao sétimo, o dia da liberdade de todas as criaturas para Deus e de umas para as outras. Por conseguinte, a criação está orientada para a comunhão entre Deus e a criatura; a criação existe para que haja um espaço de resposta à glória imensa de Deus, um encontro de amor e liberdade. Em segundo lugar, na Vigília Pascal, a Igreja fixa a atenção sobretudo na primeira frase da narração da criação: «Deus disse: “Faça-se a luz”!» (Gn 1, 3). Emblematicamente, a narração da criação começa pela criação da luz. O sol e a lua são criados somente no quarto dia. A narração da criação designa-os como fontes de luz, que Deus colocou no firmamento do céu. Deste modo, priva-os propositalmente do caráter divino que as grandes religiões lhes tinham atribuído. Não! Não são deuses de modo algum; são corpos luminosos, criados pelo único Deus. Entretanto já os precedera a luz, pela qual a glória de Deus se reflete na natureza do ser que é criado.


Que pretende a narração da criação dizer com isto? A luz torna possível a vida; torna possível o encontro; torna possível a comunicação; torna possível o conhecimento, o acesso à realidade, à verdade. E, tornando possível o conhecimento, possibilita a liberdade e o progresso. O mal esconde-se. Por conseguinte, a luz aparece também como expressão do bem, que é luminosidade e cria luminosidade. É de dia que podemos trabalhar. O fato de Deus ter criado a luz significa que Ele criou o mundo como espaço de conhecimento e de verdade, espaço de encontro e de liberdade, espaço do bem e do amor. A matéria-prima do mundo é boa; o próprio ser é bom. E o mal não vem do ser que é criado por Deus, mas existe em virtude da sua negação. É o «não».


Na Páscoa, ao amanhecer do primeiro dia da semana, Deus disse novamente: «Faça-se a luz!». Antes tinham vindo a noite do Monte das Oliveiras, o eclipse solar da paixão e morte de Jesus, a noite do sepulcro. Mas, agora, é de novo o primeiro dia; a criação recomeça inteiramente nova. «Faça-se a luz!»: disse Deus. «E a luz foi feita». Jesus ressuscita do sepulcro. A vida é mais forte que a morte. O bem é mais forte que o mal. O amor é mais forte que o ódio. A verdade é mais forte que a mentira. A escuridão dos dias anteriores dissipou-se no momento em que Jesus ressuscita do sepulcro e Se torna, Ele mesmo, pura luz de Deus. Isto, porém, não se refere somente a Ele, nem se refere apenas à escuridão daqueles dias. Com a ressurreição de Jesus, a própria luz é novamente criada. Ele atrai-nos a todos, levando-nos atrás de Si para a nova vida da ressurreição e vence toda a forma de escuridão. Ele é o novo dia de Deus, que vale para todos nós.


Mas isto, como pode acontecer? Como é possível chegar tudo isto até nós, de tal modo que não se reduza a meras palavras, mas se torne uma realidade que nos envolve? Por meio do sacramento do Batismo e da profissão da fé, o Senhor construiu uma ponte até nós, pela qual o novo dia nos alcança. No Batismo, o Senhor diz a quem o recebe: Fiat lux – faça-se a luz. O novo dia, o dia da vida indestrutível chega também a nós. Cristo toma-te pela mão. Daqui para a frente, serás sustentado por Ele e assim entrarás na luz, na vida verdadeira. Por isso, a Igreja antiga designou o Batismo como «photismos – iluminação».


Porquê? A escuridão que verdadeiramente ameaça o homem é o fato de que ele é, na verdade, capaz de ver e investigar as coisas palpáveis, materiais, mas não vê para onde vai o mundo e donde o mesmo venha; para onde vai a sua própria vida; o que é o bem e o que é o mal. Esta escuridão acerca de Deus e a escuridão acerca dos valores são a verdadeira ameaça para a nossa existência e para o mundo em geral. Se Deus e os valores, a diferença entre o bem e o mal permanecem na escuridão, então todas as outras iluminações, que nos dão um poder verdadeiramente incrível, deixam de constituir somente progressos, mas passam a ser simultaneamente ameaças que nos põem em perigo a nós e ao mundo. Hoje podemos iluminar as nossas cidades de modo tão deslumbrante que as estrelas do céu deixam de ser visíveis. Porventura não temos aqui uma imagem da problemática que toca o nosso ser iluminado? Nas coisas materiais, sabemos e podemos incrivelmente tanto, mas naquilo que está para além disto, como Deus e o bem, já não o conseguimos individuar. Para isto serve a fé, que nos mostra a luz de Deus, a verdadeira iluminação: aquela é uma irrupção da luz de Deus no nosso mundo, uma abertura dos nossos olhos à verdadeira luz.


Por fim, queridos amigos, queria ainda acrescentar um pensamento sobre a luz e a iluminação. Na Vigília Pascal, a noite da nova criação, a Igreja apresenta o mistério da luz com um símbolo muito particular e humilde: o círio pascal. Trata-se de uma luz que vive em virtude do sacrifício: a vela ilumina, consumindo-se a si mesma; dá luz, dando-se a si mesma. Este é um modo maravilhoso de representar o mistério pascal de Cristo, que Se dá a Si mesmo e assim dá a grande luz. Uma segunda idéia, que a reflexão sobre luz da vela nos sugere, deriva do fato de a mesma ser fogo. Ora, o fogo é força que plasma o mundo, poder que transforma; e o fogo dá calor. E aqui se torna novamente visível o mistério de Cristo: Ele, a luz, é fogo; é chama que queima o mal, transformando assim o mundo e a nós mesmos. «Quem está perto de Mim, está perto do fogo»: assim reza um dito de Jesus, que nos foi transmitido por Orígenes. E este fogo é ao mesmo tempo calor: não uma luz fria, mas uma luz na qual vêm ao nosso encontro o calor e a bondade de Deus.


O Precónio, o grande hino que o diácono canta ao início da Liturgia Pascal, de modo muito discreto chama a nossa atenção ainda para outro aspecto. Lembra-nos que o material do círio se fica a dever, em primeiro lugar, ao trabalho das abelhas; e, assim, entra em cena a criação inteira. No círio, a criação torna-se portadora de luz. Mas, segundo o pensamento dos Padres, temos aí também uma alusão implícita à Igreja. Nesta, a cooperação da comunidade viva dos fiéis é parecida com o trabalho das abelhas; constrói a comunidade da luz. Assim podemos ver, no círio, também um apelo dirigido a nós mesmos e à nossa comunhão com a comunidade da Igreja, que existe para que a luz de Cristo possa iluminar o mundo.

Neste momento, peçamos ao Senhor que nos faça sentir a alegria da sua luz, de modo que nós mesmos nos tornemos portadores da sua luz, para que, através da Igreja, o esplendor do rosto de Cristo entre no mundo (cf. LG 1).

sábado, 7 de abril de 2012

Sábado de Aleluia - um sentido espiritual.


Para muitos, o Sábado de Aleluia é apenas um dia de faxina ou de preparação para a Páscoa. No entanto, esse dia sem liturgia tem um significado espiritual próprio. Jesus morreu por nós, e permaneceu três dias no sepulcro. Assim, também deveríamos nos dedicar com plena consciência ao teor espiritual desse dia. Isso acontece melhor em meio ao silêncio, quando nos posicionarmos quanto à verdade e à situação sepulcral de nós mesmos.

Cristo desceu ao reino da morte, ao Hades, o reino das sombras. Posso imaginar como Jesus desce aos cantos tenebrosos de minha própria existência. O que excluo da vida? Quais os lugares para os quais não gosto de olhar? Onde foi que tratei de recalcar alguma coisa, empurrar algo para as câmaras escuras de minha alma? Para onde me nego a olhar? O que pretendo esconder de mim mesmo, dos outros e de Deus? Jesus propõe-se descer exatamente a esses rincões da morte e da escuridão, para mexer em tudo o que há de escuro e rançoso em mim, tudo o que há de mortiço e entorpecido, e então despertar-me para a vida.
Os ícones da Igreja oriental sempre representam a ressurreição de Jesus com Cristo subindo do reino dos mortos, trazendo consigo os mortos pela mão. No dia de Sábado de Aleluia permito que Cristo desça até o meu reino dos mortos, para que tome todos os mortos pela mão, inclusive o que há de morto em mim mesmo, e nos reconduza à luz, a fim de despertar-nos para a vida.
Cristo esteve no sepulcro. Assim, o Sábado de Aleluia convida-me a olhar para minha própria situação sepulcral. O que me caberia enterrar? Que feridas em minha história de vida precisam ser enterradas de uma vez por todas? Quando sepulto todas as ofensas, paro de usá-las como armas para agredir as outras pessoas. Não as carregarei mais em mim mesmo, como se fossem uma recriminação tácita aos que feriram em algum momento. Com isso, posso descartar minha mágoa, meus ressentimentos e minha irritação. Não preciso de mais nada disso como pretexto para justificar minha recusa a olhar a vida de frente.
Pretendo sepultar também os sentimentos de culpa que consomem e dos quais não consigo me afastar. Preciso ter confiança em que Cristo também desceu ao meu sentimento de culpa e a todo martírio interno que imponho a mim mesmo, com auto-acusações; e desceu até aí para libertar-me. Quando paro de andar em círculos em torno de minha culpa, aí sim realmente posso despertar para a vida nova.
No Sábado de Aleluia desço até meu próprio sepulcro e imagino de que forma Cristo repousa lá, a fim de trazer tudo o que lá está para uma nova vida. Cristo desceu ao sepulcro de meu medo, minha resignação, minha autocompaixão e minha morbidez, a fim de salvar-me e transformar-me no mais fundo de minha alma. Para ressuscitar na Páscoa como uma pessoa salva e liberta, preciso ter a coragem de meditar acerca de meu sepulcro e de sepultar tudo o que me distancia da vida.

O que é Sábado de Aleluia?!


Sábado de Aleluia é um dia de comemoração no calendário de feriados religiosos do Cristianismo, sempre antes da Páscoa. O Sábado de Aleluia é o último dia da Semana Santa.
O Sábado Santo pode cair entre 21 de março e 24 de abril, e nesse sábado é celebrada a Vigília pascal depois do anoitecer, dando início à Páscoa. Sábado de Aleluia é o sábado anterior ao domingo de Páscoa, onde acende-se o Círio Pascal, uma grande vela que simboliza a luz de Cristo, que ilumina o mundo. Na vela, estão gravadas as letras gregas Alfa e Ômega, que querem dizer "Deus é o princípio e o fim de tudo”.
Na tradição católica, os altares são descobertos, pois assim como na Sexta-Feira Santa, não se celebra a Eucaristia. As únicas celebrações que fazem parte é a Liturgia das Horas. Além da Eucaristia, é proibido celebrar qualquer outro sacramento, exceto o da confissão.
Antes de 1970, no sábado de aleluia os católicos romanos deveriam praticar um jejum limitado, como abstinência de carne de gado, mas poderiam consumir peixe, etc. É também no Sábado de Aleluia que se faz a tradicional Malhação de Judas, representando a morte de Judas Iscariotes.

terça-feira, 3 de abril de 2012

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR


Hoje e amanhã, segunda antiqüíssima tradição, a Igreja não celebra os sacramentos (MR p. 254).

O altar esteja totalmente despojado: sem cruz, castiçais ou toalha (MR p. 254).

Na tarde da sexta-feira, pelas três horas, [...] proceder-se-á à celebração da Paixão do Senhor, que consta de três partes: liturgia da Palavra, adoração a cruz e comunhão eucarística. Neste dia, a sagrada comunhão só pode ser distribuída aos fiéis durante a celebração da paixão do Senhor, mas poderá ser levada a qualquer hora aos doentes que não possam participar da celebração (MR p. 254).

O sacerdote e o diácono, de paramentos vermelhos como para a Missa, aproximam-se do altar, fazem-lhe reverência e prostam-se ou ajoelham-se. Todos rezam em silêncio por alguns instantes (MR p. 254). Não se deve cantar para a entrada (ABC, p. 80).

O sacerdote, com os ministros, dirige-se para a sua cadeira. Voltado para o povo de mãos unidas, diz a oração (MR p. 254).

I. Liturgia da Palavra e Oração Universal: a liturgia da Palavra é encerrada com a oração universal, do modo: o diácono, de pé junto aà mesa da palavra, propõe a intenção especial; todos oram um momento em silêncio; em seguida o sacerdote, de pé junto à cadeira ou se for oportuno, do altar, de braços abertos, diz a oração. Durante todo o tempo das orações, os fiéis podem permanecer de joelhos ou de pé (MR p. 255). Um ministro ou alguém da comunidade anuncia as intenções, todos se ajoelham em silêncio. Após alguns momentos, o celebrante se levanta e proclama a oração, enquanto a comunidade permanece ajoelhada. (ABC, p. 93).

As conferências episcopais podem propor aclamações do povo antes da oração do sacerdote, ou determinar que se mantenha o tradicional convite do diácono “Ajoelhomo-nos – Levantemo-nos”, ajoelhando-se todos para a oração em silêncio.

II. Adoração da Cruz: Terminada a oração universal, faz-se a solene adoração da santa Cruz, escolhendo-se, das duas formas propostas, a mais conveniente segundo razões pastorais (MR p. 256).

Primeira forma: A cruz velada é levada ao altar, acompanhada por dois ministros com velas acesas. O sacerdote, de pé diante do altar, recebe a cruz, descobre-lhe a parte superior e eleva um pouco, começando a antífona “Eis o lenho da cruz”, sendo ajudado, no canto, pelo diácono, ou mesmo se convier, pelo coro. Todos respondem: “Vinde adoremos!”. Terminado o canto, ajoelham-se e permanecem um momento adorando em silêncio, enquanto o sacerdote de pé, continua com a cruz erguida. Em seguida, o sacerdote descobre o braço direito da cruz, elevando-a de novo e começando a antífona “Eis o lenho da cruz”, tudo como a cima. Enfim, descobre toda a cruz e levantando-a, começa pela terceira vez a antífona “Eis o lenho da cruz”, prosseguindo como acima (MR p. 260).

Segunda forma: O sacerdote ou diácono, com os ministros (ou outro ministro idôneo), dirige-se à porta da Igreja, onde toma nas mãos a cruz sem véu. Acompanhado pelos ministros com velas acesas, vai em procissão pela nave até o presbitério. Junto à porta principal, no meio da igreja e à entrada do presbitério, de pé, ergue a cruz, cantando a antífona “Eis o lenho da cruz” a todos que respondem: “Vinde adoremos!” ajoelhando-se e adorando um momento em silêncio, como acima (MR p. 260).

Acompanhado de dois ministros com velas acesas, o sacerdote leva a cruz à entrada do presbitério ou a outro lugar conveniente, onde a coloca ou entrega aos ministros, que a sustentam, depondo os castiçais à direita e à esquerda. Faz-se então a adoração como adiante (MR p. 260).

Para a adoração da cruz aproximam-se, como em procissão, o sacerdote, o clero e os fiéis, exprimindo sua reverência pela genunflexão simples ou outro sinal apropriado, conforme costume da região, por exemplo, beijando a cruz. Durante a adoração, cantam-se cantos apropriados (MR p. 261).

Deve-se apresentar à adoração do povo uma só e mesma cruz. Se, por causa da grande quantidade de fiéis, não for possível aproximarem individualmente, o sacerdote toma a cruz e, de pé diante do altar, convida o povo em breves palavras a adorá-la em silêncio, mantendo-a erguida por um momento (MR p. 261).

Terminada a adoração, a cruz é levada para o altar, em seu lugar habitual. Os castiçais acesos são colocados perto do altar ou da cruz (MR p. 261).

III. Comunhão: Sobre o altar estende-se a toalha e colocam-se o corporal e o livro. Pelo caminho mais curto, o diácono ou, na falta dele, o sacerdote traz o Santíssimo Sacramento do local da reposição, pelo trajeto mais curto e coloca-o sobre o altar, estando todos de pé e em silêncio. Dois ministros com velas acesas acompanham o Santíssimo Sacramento e colocam os castiçais perto do altar ou sobre ele (MR p. 267). A toalha do altar deve ser branca.

Tendo o diácono colocado o Santíssimo Sacramento sobre o altar e descoberto o cibório, o sacerdote aproxima-se e, feita a genunflexão, sobe ao altar. Inicia-se o rito da comunhão, com a oração do Pai-Nosso.

O sacerdote comunga e dá a comunhão aos fiéis. Durante a comunhão pode-se entoar um canto apropriado (MR p. 268).

Terminada a comunhão o cibório é transportado por um ministro competente para um lugar preparado fora da igreja ou, se não for possível, para o próprio tabernáculo (MR p. 268).

Se oportuno, observa-se um momento de silêncio. E o sacerdote diz a oração depois da comunhão. À despedida, o sacerdote estende as mãos sobre o povo e diz a oração (MR p. 268).

Todos se retiram em silêncio. O altar é oportunamente desnudado. No sábado santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua Paixão e Morte, e abstendo-se (desnudado o altar) do sacrifício da missa até que, após a solene Vigília em que espera a Ressurreição, se entregue às alegrias da Páscoa, que transbordarão por cinqüenta dias. Neste dia, a Sagrada Comunhão só pode ser dada como viático (MR p. 269).

QUINTA-FEIRA SANTA – MISSA DA CEIA DO SENHOR


Esta é uma celebração festiva. A Igreja deve estar festivamente enfeitada e arrumada. O altar, com toalhas brancas. Que na medida do possível se pense na missa em ressaltar a verdade dos sinais eucarísticos, que se viva a relação entre Eucaristia e o serviço dos irmãos, que se manifeste no lava-pés e se concretize a cada ano na Campanha da Fraternidade (ABC, p. 67).

Na hora mais oportuna da tarde, seja celebrada a Missa da Ceia do Senhor com plena participação de toda comunidade local, desempenhando todos os sacerdotes e ministros suas respectivas funções (MR p. 247). 

O tabernáculo esteja totalmente vazio. Para a comunhão do clero e do povo, hoje a amanhã, consagre-se na própria Missa a quantidade de pão suficiente (MR p. 247). A reserva eucarística deve ser levada para outro local antes do início da celebração.

Durante o canto do Glória, tocam-se os sinos, que permanecerão depois silenciosos até a Vigília Pascal (MR p. 247). Portanto, não se deve tocar o sino durante a consagração.

Após a homilia, [...] procede-se o lava-pés, se as razões pastorais aconselharem (MR p. 248). A escolha das pessoas cujos pés vão ser lavados pode estar ligada à Campanha da Fraternidade. Em várias comunidades têm participado do lava-pés tanto homens como mulheres. Outras têm feito, no primeiro momento com doze pessoas e depois ampliam para mais gente da comunidade – e até coordenadores e não só o celebrante fazem o gesto: no primeiro momento, só o padre; depois outros o fazem, na obediência a palavra do Senhor (ABC, p. 72).

Logo após o lava-pés, após a homilia, faz-se a oração dos fiéis. Omite-se o Creio (MR p. 249).

Dando início à liturgia eucarística, poder-se-á organizar uma procissão dos fiéis com donativos para os pobres, durante a qual se entoa um canto adequado (MR p. 249).

Liturgia Eucarística – a Oração Eucarística I tem dizeres próprios.

Distribuída a comunhão, a reserva eucarística para comunhão do dia seguinte é deixada sobre o altar, e conclui-se a Missa com a oração depois da comunhão (MR p. 251).

Transladação do Santíssimo Sacramento: Terminada a oração, o sacerdote, de pé ante o altar, põe incenso no turíbulo e, a ajoelhando-se, incensa três vezes o Santíssimo Sacramento. Recebendo o véu umeral, toma o cibório e o recobre com o véu (MR p. 252). 
Forma-se a procissão, precedida pelo cruciferário, para conduzir o Santíssimo Sacramento, com tochas e incenso, pela Igreja até o local da reposição, preparando uma capela devidamente ornada. Durante a procissão, canta-se Vamos todos (exceto as duas últimas estrofes – Tão sublime sacramento – ou outro canto eucarístico (MR p. 252).

Quando a procissão chega ao local da reposição, o sacerdote deposita o cibório no tabernáculo. Colocado o incenso no turíbulo, ajoelha-se e incensa o Santíssimo Sacramento enquanto canta o Tão sublime sacramento. Em seguida fecha-se o tabernáculo (MR p. 253).

Após alguns momentos de adoração silenciosa, o sacerdote e os ministros fazem genunflexão e voltam à sacristia (MR p. 253).
Retiram-se as toalhas do altar e, se possível, as cruzes da Igreja. Convém velas as que não possam ser retiradas (MR p. 253). A desnudação do altar acontece porque o esposo não está lá, não vai haver o sacrifício eucarístico. Retiram-se as toalhas e, se possível, cobrem-se as imagens, para ressaltar a ausência.

Os fiéis sejam exortados a adorarem o Santíssimo Sacramento, durante algum tempo da noite, segundo as circunstâncias do lugar. Contudo, após a meia-noite esta adoração seja feita sem nenhuma solenidade (MR p. 253). A vigília é um momento de agradecimento, de estar com Jesus. Após a meia-noite a vigília é silenciosa.

DOMINGO DE RAMOS DA PAIXÃO DO SENHOR


Neste dia a Igreja recorda a entrada de Cristo em Jerusalém para realizar o seu mistério pascal. Por isso, em todas as Missas comemora-se esta entrada do Senhor: na missa principal, pela procissão ou pela entrada solene: em todas as outras, pela entrada simples. Em uma ou outra missa celebrada com grande número de fiéis, pode-se repetir a entrada solene, mas não a procissão (MR, p. 220).
Cada pessoa leve o seu ramo enfeitado para a procissão. Na hora da bênção, se há que não os tenha, a comunidade cuide que uns partilhem com os outros, assim todos podem ter ramos. Os coordenadores cuidem do visual, bonito, como forma de louvor a Deus (ABC, p. 8).

É bom que a procissão venha de uma capela para a matriz ou igreja maior. A unidade entre a procissão festiva e a missa marcada pela celebração da Paixão pode ser feita através da cruz processional que conduz a procissão e, na celebração eucarística, é colocada no altar (ABC, p. 9).

Procissão: Na hora conveniente, reúne-se a assembléia numa igreja menor ou outro lugar apropriado, fora da igreja para onde se dirige a procissão. Os fiéis trazem ramos nas mãos. O sacerdote e os ministros, com paramentos vermelhos para a Missa, aproximam-se do lugar onde o povo está reunido. O sacerdote poderá usar capa em vez de casula durante a procissão (MR, p. 220).

O sacerdote saúda o povo como de costume. Em seguida, por breve exortação, os fiéis são convidados a participar ativa e conscientemente da celebração deste dia. (ABC, p. 10). Após a oração da bênção, o sacerdote, sem nada dizer, asperge os ramos com água benta (MR, p. 221).

O diácono ou, na falta dele, o sacerdote, proclama, conforme o costume, o Evangelho da entrada de Jesus em Jerusalém (MR, p. 221).

Após o Evangelho, poderá haver breve homilia. O celebrante ou outro ministro idôneo dá inicio à procissão. Inicia-se a procissão para onde será celebrada a Missa. À frente, vai o turiferário, caso se julge oportuno o uso de incenso; em seguida o cruciferário com a cruz ornamentada, entre dois acólitos com velas acesas, depois, o sacerdote com os ministros, seguido pelo povo com seus ramos (MR, p. 225).

Durante a procissão, o coro e o povo entoam cantos apropriados (MR, p. 225).

Chegando ao altar, o sacerdote o saúda e, se for oportuno, o incensa. Dirige-se à cadeira (tira a capa e veste a casula) e, omitindo os ritos iniciais, diz a oração do dia da missa, prosseguindo como de costume (MR, p. 228).

Entrada solene: Onde não se possa realizar a procissão fora da igreja, a entrada do Senhor será celebrada dentro da Igreja, pela entrada solene da Missa principal (MR, p. 229).

Os fiéis reúnem-se à porta da igreja ou no seu interior, trazendo ramos nas mãos. O sacerdote, os ajudantes e uma delegação de fiéis dirigem-se para um ponto da igreja, fora do presbitério, de onde o rito possa ser visto pela maioria dos fiéis (MR, p. 229).

Realiza-se a bênção dos ramos e a proclamação do Evangelho da entrada de Jesus em Jerusalém, como delegação dos fiéis dirige-se processionalmente pela Igreja até o presbitério, enquanto se canta um canto apropriado (MR, p. 229).

Chegando ao altar, o sacerdote o saúda e, omitindo os ritos iniciais, diz a oração do dia da missa, prosseguindo como de costume (MR, p. 229).

Entrada simples: Em todas as outras Missas neste domingo, nas quais não haja entrada solene, faz-se a memória da entrada do Senhor em Jerusalém pela entrada simples (MR, p. 229).

Enquanto o sacerdote se dirige ao altar, canta-se a antífona de entrada ou um canto com o tema. Chegando ao altar o sacerdote o saúda, dirige-se à cadeira e cumprimenta o povo, prosseguindo a Missa como de costume. Nas outras Missas em que não se possa cantar a antífona da entrada, o celebrante saúda o altar, cumprimenta o povo e, após a recitação da antífona da entrada, prossegue a Missa como costume (MR, p. 229).

Onde não se possa celebrar a procissão nem a entrada solene, faça-se uma celebração da Palavra de Deus, sábado à tarde ou domingo à hora mais oportuna, tendo por tema a entrada do Messias e a paixão do Senhor (MR, p. 230).

O diácono ou, na falta dele, o sacerdote, lê a história da Paixão, sem velas, incenso, saudação ou sinal da cruz sobre o texto. Pode também ser lida por leigos, reservando-se a parte de Cristo para o sacerdote, se possível. Após a história da Paixão, se for oportuno, haja uma breve homilia. Diz-se o Creio (MR, p. 230). 

Na despedida, o celebrante convida a assembléia a intensificar a oração e a vida comunitária nestes dias de preparação à Páscoa. Até a Vigília Pascoal, a nossa Igreja se priva de dizer ou cantar o aleluia, canto que voltaremos a entoar na Páscoa (ABC, p.44).